Durante o evento intitulado “SOS Bahia – Caminhos para mudar a segurança pública do nosso estado”, realizado nesta quinta-feira (5) no Hotel Fiesta, em Salvador, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, enfatizou a gravidade da crise de violência que atinge a Bahia. O encontro reuniu diversas lideranças políticas, especialistas em segurança pública e cidadãos preocupados com o aumento da criminalidade, que coloca o estado em destaque negativo no ranking nacional de homicídios.
Bruno Reis expressou sua preocupação com a realidade enfrentada pela população, especialmente os mais vulneráveis, que têm sido as principais vítimas da escalada da violência. “Hoje, o problema da segurança impacta toda a sociedade, e sobretudo as pessoas mais pobres. Essa situação se tornou rotina. Diariamente, em Salvador, conflitos entre facções criminosas comprometem o funcionamento do transporte público, das escolas e até dos postos de saúde em diversas comunidades”, ressaltou o prefeito. Ele também destacou que até as obras públicas precisam pagar um “pedágio” para serem realizadas.
Entre os participantes do evento estavam o ex-capitão do BOPE e especialista em segurança, Rodrigo Pimentel, o comentarista político Caio Coppolla, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o deputado federal Capitão Alden, o presidente estadual do União Brasil, Paulo Azi, além do ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto.
O prefeito mencionou um estudo de uma instituição mexicana que colocou Salvador e Feira de Santana entre as cidades mais violentas do mundo. “Esse é o cenário que nós, prefeitos, devemos enfrentar ao governar nossas cidades”, afirmou. Ele destacou que a atuação dos gestores municipais, que antes se limitava a áreas como educação, cultura e infraestrutura, agora exige uma ampliação das responsabilidades. “O tempo em que essa era a única contribuição do prefeito já ou. Hoje, precisamos assumir mais atribuições, e é isso que estamos fazendo em Salvador”, declarou, citando ações como a realização de concursos para a Guarda Municipal, a instalação de câmeras de reconhecimento facial, e a criação de rondas escolares. Ele ainda mencionou a participação da Guarda Municipal em operações conjuntas com as polícias civil e militar, questionando: “É este o papel da Guarda?”.
O prefeito Bruno Reis também lembrou que a segurança pública é uma atribuição constitucional do Estado e criticou a falta de respostas do governo baiano. “Nós, prefeitos, não temos o know-how, a expertise e a força de segurança necessárias para combater o tráfico e as facções. A nossa Guarda Municipal não possui estrutura para isso”, afirmou. Ele anunciou que os prefeitos participarão de uma audiência na próxima terça-feira em Brasília, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, para discutir a PEC da Segurança, na qual os governadores também foram convidados. O prefeito aproveitou para criticar o governador Jerônimo Rodrigues por ainda não ter confirmado presença, chamando-o de “Fujão”.
Por fim, Bruno Reis elogiou a gestão do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como um exemplo a ser seguido. “Esperamos que o modelo de gestão do governador, que praticamente transformou Goiás em um estado seguro, possa ser a realidade futura da Bahia. A partir de 2026, pretendemos mudar a trajetória deste estado, garantindo segurança e tranquilidade para que a população possa desfrutar das ruas da cidade sem medo, enquanto os criminosos enfrentam as consequências de seus atos”, concluiu.