Jaques Wagner (PT), senador e líder do governo no Senado, reiterou sua posição contrária à reeleição para cargos do Executivo, propondo a unificação dos mandatos em um período de cinco anos. Durante uma entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (23) em Salvador, o parlamentar enfatizou que o assunto deverá ser novamente discutido no Congresso até o final do ano.
“Estamos aguardando o momento adequado, que deve ocorrer entre novembro e dezembro. Acredito que, a partir desse período, o debate começará a se concentrar”, afirmou Wagner. Ele prosseguiu: “Sou contra a reeleição e a favor da coincidência dos mandatos. Portanto, considero razoável estabelecer cinco anos como duração dos mandatos.”
Além de sua posição sobre a reeleição, Wagner também expressou críticas à proposta que foi aprovada pela Câmara dos Deputados, a qual prevê o aumento do número de cadeiras na Casa, ando de 513 para 531 deputados. Essa iniciativa, fundamentada nos dados do último censo do IBGE, ainda será avaliada pelo Senado.
“Não pretendo criticar o trabalho do pessoal do IBGE, mas enfrentamos problemas significativos: a pandemia e a falta de orçamento, que comprometeram a coleta de dados. O TSE, ao recalcular com base nesse censo, acabou retirando cadeiras da Bahia e favorecendo outros estados. Isso, evidentemente, incomoda as regiões que perdem sua representação”, comentou o senador.
Para Wagner, alterações dessa magnitude deveriam ser postergadas até a realização de um novo censo populacional, que seja mais preciso. “A proporcionalidade entre os estados reflete a composição do povo brasileiro. Não podemos fazer mudanças constantes. Acredito que o censo não foi conduzido como deveria”, concluiu o senador.