Adolpho Loyola, secretário de Relações Institucionais do governo Jerônimo Rodrigues, destaca que sua principal missão é ouvir a população. Em entrevista ao jornal A Tarde, o dirigente petista, que construiu sua trajetória desde o movimento estudantil até alcançar o primeiro escalão do governo estadual, enfatiza o diálogo como a ferramenta central de sua atuação. “A sociedade está carente de debate e de ser ouvida”, declara.
A pasta que lidera é estratégica para o relacionamento do Executivo baiano com prefeituras, movimentos sociais e entidades de classe. Contudo, tem sido alvo de críticas da oposição, que acusa o governo de tentar cooptar prefeitos. Em resposta, Loyola afirma: “O governador governa para 15 milhões de baianos, não apenas para aqueles que votaram nele. Conversar com todos é uma obrigação.”
O secretário ganhou destaque por manter um diálogo contínuo com prefeitos, incluindo aqueles de partidos de oposição. Isso resultou em acusações de cooptação, as quais ele considera distorcidas: “Não estamos realizando cooptação. Estamos dialogando com todos, pois a política pública não chega sem a mediação dos prefeitos.”
Ele exemplifica com cidades como Feira de Santana e Vitória da Conquista, istradas por adversários políticos: “Não vamos deixar de conversar porque votaram contra a gente”, sentencia Loyola.
Além disso, o secretário ressalta que a atual gestão mantém as portas abertas para movimentos sociais e sindicatos — uma marca que considera do governador Jerônimo Rodrigues. “Temos uma relação próxima com o MST, movimentos indígenas e entidades sindicais”, enumera.
Loyola aponta avanços concretos, como a construção colaborativa de projetos com sindicatos de servidores e associações de policiais. “Diferente de uma imposição, realizamos uma negociação genuína. Foi uma vitória para todos”, avalia, referindo-se à recente aprovação do reajuste salarial.
PDT, PSD e os movimentações partidárias
Sobre as movimentações no campo partidário, Loyola comenta a adesão do PDT à base estadual, mesmo com a postura independente do partido em Brasília. “Aqui estamos pacificados. O PDT é fundamental para o nosso projeto”, assegura.
Quanto ao PSD, cuja direção nacional flerta com uma candidatura bolsonarista em 2026, Loyola relativiza: “No Nordeste, o PSD se alinha ao governo Lula. Vamos continuar dialogando com Otto Alencar e Angelo Coronel”, garante.
Sobre a federação entre União Brasil e PP, batizada de União Progressista, Loyola minimiza o impacto na base governista: “Perdemos o CNPJ, mas os Fs estão conosco. Muitos deputados e prefeitos do PP devem migrar”, antecipa.
Embora evite discutir eleições de forma prematura, Loyola considera a possibilidade de formar uma chapa petista com três governadores — Jerônimo, Rui e Camilo Santana — um “luxo”. Ele ressalta que as alianças serão respeitadas e que as discussões eleitorais ocorrerão no momento apropriado: “Na política, tudo muda como nuvem.”
Apesar das declarações recentes do governador Jerônimo Rodrigues sobre cansaço político, Loyola assegura que a gestão se mantém sólida. “Temos 65% de aprovação, obras em todo o estado e uma base coesa. Na hora certa, demonstraremos à população que não somos um pastel de vento”, conclui.