Na tarde desta sexta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu a carta de demissão de Carlos Lupi, que ocupava o cargo de Ministro da Previdência Social, em uma audiência realizada no Palácio do Planalto. Com essa mudança, o atual secretário-executivo da pasta, Wolney Queiroz, ex-deputado federal pelo PDT de Pernambuco, assumirá a posição. A nomeação de Queiroz será oficializada em uma edição extra do Diário Oficial da União.
“Entrego, na tarde desta sexta-feira (2), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade”, declarou Lupi em uma postagem em suas redes sociais.
A substituição do ex-ministro já era considerada uma medida iminente por diversos integrantes do governo e pela bancada pedetista na Câmara dos Deputados. Para a equipe do Planalto, essa troca representa uma transição “natural” e tem como objetivo manter o espaço do PDT na Esplanada dos Ministérios sem criar atritos desnecessários.
Embora seja um aliado histórico de Lula, o PDT enfrenta divisões internas, além de pressionar por um papel mais ativo no governo federal. A legenda, que possui 17 cadeiras na Câmara, é vista como parte da base leal ao governo, mas busca expandir sua influência nas decisões políticas.
A saída de Lupi ocorre em um contexto de crise, gerada por denúncias de descontos indevidos em aposentadorias, os quais são realizados por meio de convênios do INSS com associações civis. O escândalo, que está sendo investigado pela operação Sem Desconto, apura desvios que podem ultraar a cifra de R$ 6 bilhões. Diante da gravidade da situação, o Congresso Nacional discute a possibilidade de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (I) para investigar mais a fundo as irregularidades.
Em uma entrevista recente ao jornal O Globo, Lupi reconheceu que tinha ciência sobre os aumentos nas cobranças, mas itiu ter demorado a tomar as providências necessárias. Apesar do cenário conturbado, ele negou sentir desconforto em continuar no governo.