O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, criticou nesta sexta-feira (25) a postura do governador Jerônimo Rodrigues (PT), afirmando que ele adota uma política de cooptação em relação aos prefeitos. Neto expressou sua insatisfação durante uma entrevista a uma rádio em Ilhéus, onde cumpre uma agenda desde a quinta-feira (24). Ele ressaltou a urgência de uma colaboração eficiente entre os governos estadual e federal e as prefeituras para enfrentar os problemas que afetam a população.
“Tenho orientado os prefeitos do União Brasil a buscarem diálogo com o governador e o presidente da República para conquistarem melhorias. Infelizmente, a política do governador parece ser voltada apenas para aqueles que estão alinhados a ele. A ajuda prática só chega para quem se submete à sua vontade e vota em seu partido, o que é extremamente prejudicial para a Bahia”, declarou.
Neto participou de uma agenda intensa na cidade, ao lado do prefeito Valderico Junior (União Brasil), do deputado federal Leur Lomanto Jr (União Brasil), do deputado estadual Pedro Tavares (União Brasil) e do ex-deputado Cacá Leão (PP), entre outras lideranças locais e estaduais. Na manhã de sexta-feira, ele se reuniu com vereadores e a equipe de Valderico para debater questões relacionadas ao desenvolvimento de Ilhéus.
Embora não tenha confirmado uma pré-candidatura ao governo, Neto enfatizou que a postura de um governador deve ser inclusiva, atendendo todos os municípios, independentemente da filiação partidária dos prefeitos. “Se um dia Deus me permitir ser governador, pretendo trabalhar para todos, pois após a eleição, a obrigação é governar para todos”, afirmou.
O ex-prefeito também recordou que, quando assumiu a Prefeitura de Salvador, tanto a Bahia quanto o Brasil eram governados pelo PT. Ele sempre buscou diálogo com o governador Jaques Wagner e a presidente Dilma Rousseff, porém se sentiu desamparado. “Diante disso, o que eu poderia fazer? Ficar de braços cruzados ou trabalhar? Eu escolhi trabalhar”, relembrou.
Neto destacou a importância das parcerias entre os governos municipais e estadual, mas criticou a “politicagem” do governador Jerônimo, que tenta cooptar prefeitos. “Em vez de focar na saúde, educação, e no combate à pobreza, ele se dedica à politicagem”, lamentou.
O ex-prefeito reafirmou que, em seus oito anos de mandato, sempre priorizou a gestão e o cuidado com a população. “Eu fiz política, mas antes disso, fiz gestão. Meu foco sempre foi cuidar da cidade e das pessoas. A política é uma consequência, não deve ser o objetivo principal. Jerônimo inverteu essa lógica, fazendo da política seu único propósito”, criticou.
Para ele, o governador acredita que, ao cooptar prefeitos e deputados, garantirá sua reeleição, mesmo com um governo considerado insatisfatório. “Ele está enganado e poderá cair do cavalo. Aqueles que se deixarem levar por essa estratégia também enfrentarão as consequências. O que percebemos no coração dos baianos é um desejo crescente por mudança; as pessoas estão cansadas”, finalizou.
