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Estudo avalia a eficácia de abordagens comportamentais inovadoras na saúde

8 Min

O conceito de “Saúde Única” (One Health), que destaca a relação entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental, tem ganhado espaço nas discussões científicas nos últimos anos. Pesquisadores brasileiros e norte-americanos que adotam essa abordagem apresentaram seus trabalhos nesta terça-feira (09/04), em Chicago (Estados Unidos), durante a FAPESP Week Illinois.

Um dos participantes do foi Eduardo Esteban Bustamante, professor da Universidade de Illinois em Chicago. Ele falou sobre intervenções comportamentais que têm sido testadas para promover a atividade física e a adoção de uma dieta saudável – práticas que, segundo o pesquisador, ainda têm pouca adesão entre os norte-americanos, a despeitos dos evidentes benefícios.

“A porcentagem de norte-americanos que atende às recomendações nutricionais e de atividade física ainda é muito pequena. Entre crianças de 6 a 11 anos, o percentual é de 49% entre meninos e 35% entre meninas. Mas, à medida que crescem, esse índice piora muito, caindo para 7% e 4%, respectivamente, na faixa entre 16 e 19 anos, e estaciona em 3% e 2% a partir dos 60 anos”, contou Bustamante. “Em relação à dieta, a realidade não é muito melhor. Pouco mais de 10% dos adultos norte-americanos com mais de 18 anos consomem rotineiramente frutas e vegetais”, apontou o pesquisador.

A fim de tentar mudar essa realidade, têm sido elaborados e testados no país programas de intervenção comportamental na área de saúde. Só nos últimos anos foram criadas mais de 3 mil práticas de intervenção de atividade física e nutrição baseadas em evidência nos Estados Unidos. Desse total, cerca de 200 estão disponíveis em repositórios públicos com o objetivo de serem usadas pela população, indicou um levantamento feito pelo pesquisador.

“Essas práticas são disponibilizadas em sites públicos. Dessa forma, as pessoas podem obter o a elas e seguir corretamente as instruções para se tornar mais ativas e comer mais frutas e vegetais, por exemplo”, disse Bustamante.

Estudo avalia a eficácia de abordagens comportamentais inovadoras na saúde
Eduardo Esteban Bustamante durante palestra na FAPESP Week Illinois (foto: Elton Alisson/Agência FAPESP)

O problema, contudo, é que 90% desses programas de intervenção de atividade física cientificamente testados nos Estados Unidos enfrentam dificuldades de disseminação e implementação, que limitam seus potenciais impactos na saúde pública. Um dos fatores que contribuem para isso é a falta de alinhamento com as expectativas das pessoas e com os lugares onde foram planejados para serem implementados, avaliou o pesquisador.

“Já trabalhei com alguns programas de intervenção e um dos problemas que identifiquei é que não se pensou em qual era o público-alvo antes de começarmos e vimos que as pessoas não estavam engajadas em segui-los. Precisamos pensar em como engajar o público-alvo para que, desde o início, nossas intervenções se encaixem e estejam alinhadas com os objetivos dele”, afirmou.

“Também precisamos parar de pensar a nutrição e a atividade física como remédios, que só podem beneficiar a saúde. Elas são atividades que acontecem em um contexto e podemos usá-las para atingirmos os objetivos que quisermos, relacionados ou não à saúde”, ponderou Bustamante.

Com base nessa constatação, o pesquisador e colaboradores começaram a criar e a testar novos programas de intervenção em atividade física em escolas, comunidades e instituições com essa abordagem.

Em um dos projetos, realizado em colaboração com a Universidade da Califórnia Irvine, por exemplo, a atividade física tem sido trabalhada em escolas como meio de aprendizagem de matemática. Para isso, a quadra de basquete de uma instituição de ensino foi redesenhada de modo a ensinar frações e decimais para crianças.

“O resultado é que as crianças, além de receberem todos os benefícios à saúde por estarem fazendo uma atividade física, estão aprendendo matemática de uma maneira muito mais envolvente”, afirmou.

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Já por meio de outro projeto, implantado no Chicago Park District, um dos maiores e mais antigos distritos de parques dos Estados Unidos, o esporte e a recreação têm sido usados para desenvolver habilidades de comunicação, emocionais e de resolução de conflitos por jovens em situação de risco.

“O programa atua com jovens que estão no ensino médio. Tentamos conseguir empregos durante o verão por meio dos quais eles permanecem nos parques trabalhando durante esse período e os estimulamos a desenvolver habilidades comportamentais por meio da atividade física”, explicou Bustamante.

Causas multifatoriais

Novas abordagens de intervenção de comportamento da saúde também são vitais para enfrentar a epidemia de diabetes nos Estados Unidos, avaliou Marck Rosenblatt, reitor da Faculdade de Medicina da Universidade de Illinois.

“Uma em cada dez pessoas nos Estados Unidos tem diabetes. E as causas dessa doença são multifatoriais. Não se deve apenas ao fato de que as pessoas não estão tomando insulina e medicamentos para hiperglicemia, mas também porque a dieta é inadequada e elas não se exercitam”, disse.

“Será necessária uma abordagem multifacetada para tratar esse problema, como intervenções em escolas. Estamos tentando trabalhar com organizações locais para tentar melhorar a qualidade da alimentação e estimular a atividade física, ao mesmo tempo em que estudamos os fundamentos moleculares do próprio diabetes”, afirmou Rosenblatt.

De acordo com o pesquisador, os determinantes sociais da saúde é um tema em que a instituição e o sistema de saúde de Chicago têm se debruçado muito na tentativa de compreender melhor e tentar intervir.

“É humilhante a constatação de que apenas algo em torno de 15% a 20% da saúde de uma pessoa está relacionada com soluções que desenvolvemos em nossos hospitais e clínicas. A saúde das pessoas está mais ligada ao seu CEP, que se correlaciona com uma série de outros fatores, como nível socioeconômico, contexto social e comunitário”, avaliou.

Os riscos ambientais têm um papel fundamental no surgimento de doenças degenerativas e no câncer, sublinhou Leandro Colli, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) apoiado pela FAPESP.

“Sabemos que a causa do câncer não é só genética. Também há uma condição de fatores ambientais muito forte. Podemos intervir nos fatores genéticos de risco, mas também temos de olhar para o ambiente”, destacou.

O pesquisador está conduzindo com colaboradores um projeto voltado a identificar em pacientes com câncer a mutacional – um conceito surgido nos últimos anos por meio do qual é possível olhar a mutação celular e tentar recapitular os agentes que deram origem a ela.

“Estamos iniciando um projeto por meio do qual estamos acompanhando uma série de pacientes para tentar entender melhor os fatores de risco para mutações que dão origem ao câncer, como o tabaco, a exposição à radiação solar e à fuligem da queima de cana na região de Ribeirão Preto”, contou Colli.

Mais informações sobre a FAPESP Week Illinois podem ser adas em: fapesp.br/week/2024/illinois.

* Image by freepik

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