Seminário de Museologia França-Brasil
O Seminário de Museologia França-Brasil, com foco em "Novas Visões e Novas Missões para os Museus de História Natural", teve início no dia 12 de junho no Museu do Homem, em Paris. Organizado pelo Museu Nacional de História Natural (MNHN) em parceria com a FAPESP e a Universidade de São Paulo (USP), o evento faz parte da programação da FAPESP Week França.
Relevância do Seminário
Aurélie Clemente-Ruiz, diretora do Museu do Homem, explicou que o seminário é resultado de meses de colaboração entre as equipes da FAPESP e do MNHN. Ela destacou a importância do evento ao celebrar os dez anos da reabertura do Museu do Homem após sua reformulação. Durante dois dias, o seminário abordará questões cruciais sobre o papel dos museus de história natural no século 21, discutindo temas como a preservação da biodiversidade, o Antropoceno, e novas abordagens museológicas e a colaboração franco-brasileira.
Desafios Contemporâneos
Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, compartilhou as expectativas para o seminário: "Devemos refletir sobre o que deve ser um museu de história natural hoje, em meio à rápida perda de biodiversidade e as demandas por repatriação de patrimônios". Ele enfatizou a importância de garantir a participação de comunidades tradicionais e indígenas na preservação das coleções e na museografia, além de reavaliar a relação entre museus e público.
Zago argumentou que os museus devem ser vistos como centros de conhecimento e diálogo, mais do que meros guardiões de coleções. Ele mencionou a criação do Centro de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas, uma iniciativa apoiada pela FAPESP para documentar e preservar a rica diversidade cultural do Brasil, especialmente em um momento em que muitas línguas indígenas estão em risco de extinção.
O Papel do Museu do Homem
Clemente-Ruiz também falou sobre a história e a importância do Museu do Homem, que, desde sua criação na década de 1930, tem se dedicado à pesquisa, ensino e divulgação do conhecimento. O museu atualmente abriga uma das maiores coleções de história natural do mundo, com mais de 68 milhões de itens e 2 milhões de documentos. Ele contém cerca de 700 objetos de pré-história e 28 mil registros em antropologia biológica, disponibilizando parte dessas coleções ao público.
O seminário busca não apenas discutir o papel dos museus na sociedade contemporânea, mas também propõe a reestruturação desses espaços para refletir a ciência em movimento e participar ativamente dos debates atuais.
Para mais informações sobre a FAPESP Week França, e fapesp.br/week/2025/.
Informações da Agência FAPESP
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