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Estudo Revela Presença de Agrotóxicos na Chuva em Três Cidades de São Paulo

5 Min

Um estudo divulgado na revista Chemosphere revelou que a água da chuva nas cidades de Brotas, Campinas e na capital paulista, São Paulo, está contaminada com agrotóxicos. Coordenada por Cassiana Montagner, professora do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ-Unicamp), a pesquisa analisou a fração de agrotóxicos dissolvidos na água da chuva coletada ao longo de 36 meses, de 2019 a 2021.

Quando aplicados nas lavouras, os agrotóxicos podem se dissocar na atmosfera. Fatores como vento, temperatura e umidade influenciam a sua distribuição. Em condições específicas, essas substâncias se condensam nas gotas de chuva, retornando ao solo e contaminando corpos d’água distantes das plantações. Além de mensurar as concentrações dos agrotóxicos, os pesquisadores estabeleceram correlações com dados climáticos – como volume de precipitação e direção dos ventos – para entender as dinâmicas de transporte dessas substâncias.

Resultados da Pesquisa

Nas amostras coletadas, detectaram-se 14 agrotóxicos e cinco compostos derivados, com destaque para o herbicida atrazina, encontrado em 100% das amostras, e o fungicida carbendazim, proibido no Brasil, mas presente em 88% das coletas. Outro achado preocupante foi o herbicida tebuthiuron, detectado pela primeira vez em água da chuva, estando presente em 75% das amostras.

Embora as concentrações não excedam os limites permitidos para água potável no Brasil, muitas substâncias não têm padrões de segurança estabelecidos, o que sugere riscos à saúde humana e à vida aquática em exposições crônicas a pequenas doses.

Avaliação de Riscos

O herbicida 2,4-D apresentou a maior concentração na água de Brotas e levantou preocupações devido à sua alta capacidade de transporte pelo ar e efeitos deletérios à fertilidade humana, levando à proibição de sua aplicação aérea pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023. Contudo, a aplicação por aerossol continua permitida.

A pesquisa também mediu o impacto do inseticida fipronil, conhecido por sua toxicidade para abelhas e uma meia-vida em ambientes aquáticos de até 220 dias. Embora já banido na União Europeia, o fipronil permanece autorizado no Brasil e nos Estados Unidos, sendo detectado em 67% das amostras analisadas, com níveis considerados de risco.

Metodologia Utilizada

Os estudos utilizaram a metodologia dos "mesocosmos", que simulam ambientes naturais como lagos e lagoas. Essas estruturas, enterradas no solo, são preenchidas com água e sedimento, permitindo a colonização por flora e fauna locais. Após a formação de um ecossistema simples, os pesquisadores introduzem organismos para testar a resistência aos agrotóxicos.

Atualmente, essa mesma metodologia está sendo aplicada em outro projeto de pesquisa coordenado por Walter Ruggeri Waldman, da Universidade Federal de São Carlos, focando na interação entre microplásticos e agrotóxicos. A pesquisa busca entender como microplásticos, que se fragmentam em pedaços menores e se acumulam no solo, podem transportar agrotóxicos para regiões mais distantes, aumentando sua persistência ambiental.

A Ampla Questão da Exposição

O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos, utilizando 70% a mais do que o segundo colocado. Cultivos de soja, cana-de-açúcar, milho e algodão são os maiores consumidores, absorvendo aproximadamente 83% do total comercializado no país. Muitos produtos já banidos na União Europeia, com regulamentações mais rígidas, continuam em uso no Brasil.

Os achados da pesquisa são preocupantes, especialmente com o aumento do consumo de água da chuva devido à escassez hídrica crescente. A falta de regulamentação para muitos agrotóxicos identificados sugere que os riscos desse consumo podem ser subestimados. Os pesquisadores recomendam a implementação de estratégias de monitoramento e tratamento baseadas no conhecimento científico acumulado.

O artigo completo "Pesticides in rainwater: A two-year occurrence study in an unexplored environmental compartment in regions with different land use in the State of São Paulo – Brazil" pode ser lido em: www.sciencedirect.com.

Informações da Agência FAPESP

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