Grupo de Trabalho Interministerial discute estratégias para mitigar os efeitos do tráfico de drogas sobre populações indígenas
Na quarta-feira, 11 de junho, o Palácio da Justiça em Brasília (DF) foi palco de uma reunião do Grupo de Trabalho Interministerial para Mitigação e Reparação dos Efeitos do Tráfico de Drogas. O encontro destacou a necessidade urgente de implementar políticas que enfrentem o tráfico de drogas e suas consequências devastadoras sobre as populações indígenas, especialmente na Amazônia.
A secretária de Política sobre Drogas e Gestão de Ativos do Ministério da Justiça, Marta Machado, abriu o evento ressaltando a importância de espaços públicos de acolhimento e diálogo. “Precisamos promover o pensamento crítico e a escuta ativa sobre os impactos enfrentados por esses territórios”, afirmou Marta, enfatizando a criação de novos Centros de o a Direitos e Inclusão Social (Cais), especificamente voltados para os Povos Indígenas.
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O Grupo de Trabalho, coordenado pela Secretaria Nacional de Política sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), reúne representantes de diversos ministérios, incluindo os de Povos Indígenas, Saúde, Educação e Desenvolvimento Agrário. Este caráter interministerial é vital para a formulação de uma abordagem integrada, conforme destacou Lara Montenegro, coordenadora da Estratégia Povos Indígenas na Política sobre Drogas. Ela enfatizou que o Cais é uma estrutura pensada para articular saúde, assistência, segurança e promoção de direitos, visando fortalecer a resiliência das comunidades indígenas frente ao tráfico.
Durante a reunião, Marta também anunciou a criação de um espaço dedicado à pesquisa sobre as dinâmicas do tráfico na Amazônia. O objetivo é reunir dados e estudos que, até então, eram produzidos de forma fragmentada. "Precisamos de uma sistematização que nos diga o que sabemos e o que ainda não sabemos sobre essas realidades", afirmou Marta, sublinhando a importância de um repositório de informações que alimente uma rede de pesquisadores atuantes na região.
Outro ponto importante foi abordado por Nathalia Dutra, coordenadora de Desenvolvimento Alternativo na política sobre drogas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Nathalia destacou a elaboração de um acordo de cooperação técnica interministerial para expandir iniciativas de desenvolvimento sustentável, essenciais para combater o aliciamento de jovens pelo tráfico. “A falta de alternativas econômicas é um fator central que contribui para esse problema, o que reforça a urgência de políticas públicas integradas”, explicou.
Por fim, o Centro de Estudos sobre Drogas e Desenvolvimento Social Comunitário apresentou um novo índice destinado a medir a vulnerabilidade das populações indígenas frente ao crime organizado. Esta ferramenta será crucial para a produção de diagnósticos intersetoriais e poderá contribuir para a formulação de políticas mais eficazes e direcionadas.
Este encontro revela a crescente preocupação do governo em abordar a complexidade da questão do tráfico de drogas, especialmente em relação às comunidades indígenas, que enfrentam desafios únicos em suas lutas por direitos e dignidade. A colaboração interministerial e a articulação de estratégias integradas são os essenciais para um futuro mais justo e seguro para esses povos.
Com informações da Agência Gov
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